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EXERCÍCIO FÍSICO E JEJUM INTERMITENTE

A palavra jejum pode ser definida pela ausência de ingestão alimentar num determinado período de tempo (Maughan, Fallah & Coyle, 2010). Os períodos de jejum são um desafio para o controlo da homeostase metabólica, visto que, existe um desajuste ao nível das vias metabólicas, dado que ocorre uma redução dos conteúdos de glicogénio muscular e hepático, uma queda nos níveis de insulina, o que vai culminar no processo de neoglucogénese, bem como no aumento da mobilização de ácidos gordos, sendo este um dos principais substratos energéticos (Cahill et al., 1966).

O jejum intermitente é uma estratégia dietética muito utilizada. Esta caracteriza-se por períodos de ingestão calórica intercalados com um jejum superior à duração do sono. Existem evidências de que o jejum intermitente tem efeitos benéficos em pessoas obesas e com hipertensão, diabetes mellitus e aterosclerose. Isto deve-se a um aumento da eficiência metabólica, aumento da utilização de triglicéridos do tecido adiposo e redução de fatores inflamatórios (Longo & Mattson, 2014).

A literatura refere que uma das principais adaptações crónicas promovidas pela prática contínua de exercício físico, principalmente a partir de estímulos aeróbios, é um aumento no número e densidade mitocondrial, adaptação esta que confere uma maior capacidade de endurance e otimização na mobilização de substratos energéticos de indivíduos submetidos a estas condições (Jung & Kim, 2014; Tabata, 2019; Tanaka et al., 2019).

Num estudo realizado foram avaliados os efeitos do jejum intermitente associado a estímulos anaeróbios e de capacidade de endurance durante 10 dias consecutivos. Os resultados demonstraram que, nos dois primeiros dias de intervenção, houve uma redução significativa na potência e na capacidade de endurance, comparativamente com os que não estavam em jejum. Todavia os autores observaram uma tendência de retorno de performance após o quarto dia. Assim os autores do estudo, sugerem que os efeitos negativos encontrados no segundo dia, podem estar associados ao impacto agudo do déficit energético   gerado   no   início   da   intervenção dietética, porém descrevem que pode ocorrer uma possível adaptação fisiológica com o passar do tempo, a qual explica o retorno desses parâmetros aos níveis basais (Naharudin et al., 2018). 

         De acordo com os artigos analisados, observa-se que o jejum intermitente, pode conferir resultados negativos na resposta a tarefas aeróbias e anaeróbias, bem como nos ganhos de massa magra. Contudo, a redução do desempenho pode estar associada ao tempo de intervenção, uma vez que dois meses parece não condicionar na performance, mesmo com redução diária de 650 kcal.

A literatura demonstra que a combinação do jejum com a realização de exercício físico é capaz conferir alterações metabólicas e redução da adiposidade corporal, contudo, pode causar efeitos negativos no desempenho físico.

Antes de iniciar qualquer dieta, jejum ou exercício físico deve aconselhar-se com profissionais certificados nas respetivas áreas. Estes vão encaminhá-lo da melhor forma consoante os seus objetivos.

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