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CRIOTERAPIA NO EXERCÍCIO FÍSICO

Os benefícios da crioterapia após o esforço físico e na recuperação de lesões desportivas. A crioterapia consiste na aplicação de frio com objetivos terapêuticos, através do arrefecimento dos tecidos corporais.

O frio pode ser aplicado localmente ou em todo o corpo (tronco e membros). Existem vários métodos de aplicação: a local, que utiliza gelo (aos cubos ou picado), massagem com gelo, spray frio, compressa de gel frio, compressas frias químicas (“frio instantâneo”), toalha fria, ar frio, aparelhos de compressão com arrefecimento, ligaduras frias, entre outros. Se a aplicação for corporal, pode envolver imersão em água fria, imersão em gelo picado, câmara de frio, entre outros.

Neste artigo, vamos falar da utilização da crioterapia no âmbito do desporto.

Crioterapia no desporto 

No desporto, a crioterapia é utilizada, sobretudo, em lesões traumáticas de tecidos moles, para redução da inflamação. O arrefecimento dos tecidos limita o fenómeno inflamatório, reduzindo a formação do edema, a hemorragia dos tecidos e a dor associada às lesões músculo-esqueléticas.

Na sua aplicação corporal (tronco e membros), logo após o esforço físico, a crioterapia é utilizada para acelerar a recuperação, reduzindo a sensação de fadiga. Este efeito pode potenciar o desempenho físico subsequente e reduzir as dores musculares que surgem após a atividade desportiva.

Aplicação estática ou dinâmica

A aplicação local de frio pode ser estática ou dinâmica e pode ser associada a outras técnicas de reabilitação, como a massagem (com gelo), alongamento músculo-tendinoso ou pressoterapia.

Numa aplicação local e estática é habitual aplicar gelo/compressa fria durante cerca de 20 minutos – a duração pode variar consoante o tecido adiposo do local a tratar. A utilização de gelo picado permite uma melhor conformação à estrutura anatómica a tratar.

Benefícios da crioterapia

O arrefecimento dos tecidos tem vários efeitos biológicos benéficos:

·         O frio provoca vasoconstrição, o que limita a perfusão de sangue nos tecidos e assim o aparecimento do edema e hemorragia.

·         A diminuição da temperatura leva também à redução do metabolismo celular, minimizando a destruição que ocorre após a lesão.

·         A aplicação de frio tem ainda efeitos analgésicos, ativando fibras que vão bloquear a transmissão da dor, através do aumento do limiar de estimulação dos recetores álgicos periféricos e diminuindo a velocidade da transmissão nervosa.

Contraindicações da crioterapia

Está contraindicado o uso de crioterapia em zonas com alterações da circulação sanguínea (isquemia), da sensibilidade ou em feridas abertas. Em atletas com hipersensibilidade ao frio, com fenómeno de Raynaud ou com patologia cardiovascular descompensada deve-se também evitar a aplicação de frio.

Precauções a tomar durante o tratamento

A aplicação direta da fonte de arrefecimento na pele durante tempo excessivo pode levar a uma queimadura pelo frio. O risco de lesão pode ser minimizado utilizando uma “barreira” entre o local a tratar e a fonte de frio (toalha, ligadura) e limitando a duração da aplicação. Em fontes de frio com temperatura inferior a 0º C (como uma compressa de gel frio armazenada no congelador), o risco de queimadura é maior.

A aplicação em zonas com pouco tecido adiposo, como o cotovelo ou o tornozelo, ou em trajetos superficiais de nervos periféricos (face interna do cotovelo ou face lateral do joelho) deve ser particularmente cuidadosa.

Concluindo…

A crioterapia é uma modalidade de tratamento útil, de fácil acesso e baixo custo, sem efeitos secundários negativos quando cumpridas as medidas de segurança. Estão apenas descritos raros casos de reação alérgica ao frio.

 

Alexandre Ichim